
Nova tecnologia chinesa promete revolucionar interação com Inteligência Artificial
Em março deste ano a startup chinesa Butterfly Effect lançou um novo software de inteligência artificial (IA), chamado Manus AI, que promete revolucionar como os usuários interagem com essas tecnologias. A Manus AI, traz um diferencial das demais IAs existentes, ela funciona de forma quase autônoma, assim tornando mais fácil o processo de transformar ideias em ações concretas, além de responder perguntas e criar textos ela também organiza informações, automatiza tarefas criativas e pode ajudar em decisões mais estratégicas.
A Manus AI é um agente de inteligência artificial multitarefas que foi desenvolvido para preencher lacunas entre comando e execução, além de se tornar a primeira ferramenta de IA totalmente autônoma do mercado. Manus AI, também conhecida como Monica I.m, já está liberada para todos os usuários.
Essa IA pode estruturar relatórios com base em dados coletados, sugerir estratégias de marketing e selecionar candidatos para vagas com base em perfis. Para isso, ela se vale de um modelo que distribui as tarefas entre subagentes, cada um com uma especialização. Outro diferencial, é que a Manus AI, adapta seu comportamento de acordo com a tarefa que executa, em vez de utilizar sempre o mesmo modelo, ela seleciona o mais adequado conforme a demanda. Tarefas simples, como identificar capitais de países, são executadas por modelos leves, enquanto fluxos mais complexos, como análise de dados corporativos, envolvem agentes mais sofisticados. Com informações de Techtudo e Estadão.
A aplicação de ferramentas como a Manus AI, com sua capacidade quase autônoma de tomar decisões e estruturar relatórios, levanta alertas importantes quanto ao uso de IA no sistema judiciário. Recentemente o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) realizou um evento para apresentar o lançamento da plataforma GAIA e suas oito soluções generativas. Embora essas ferramentas tragam avanços consideráveis na otimização do trabalho jurídico, o uso de IA sem supervisão humana rigorosa pode comprometer princípios fundamentais do direito, como a imparcialidade, a empatia e a análise contextual.
A possibilidade de uma IA tomar decisões automatizadas, por mais eficientes que pareçam, representa um risco quando não há sensibilidade humana para lidar com nuances. Uma IA totalmente autônoma, como a proposta pela startup chinesa, pode ser útil em setores corporativos, mas sua aplicação irrestrita em áreas como a Justiça precisa ser vista com cautela, sob risco de desumanizar processos que lidam diretamente com a vida e os direitos das pessoas.
O uso da inteligência artificial pelo Judiciário foi tema do I Encontro dos Oficiais de Justiça do TJRS, realizado em março de 2024 pela Abojeris. A associação vem monitorando com preocupação a utilização indiscriminada dessa tecnologia no sistema judiciário, embora reconheça o potencial da IA para aprimorar a eficiência dos processos, a Abojeris ressalta que essa ferramenta não possui as capacidades fundamentais para a atuação jurisdicional, como compreensão moral, empatia e discernimento ético, atributos essenciais para decisões justas. Por isso, a associação reforça a importância de um controle humano rigoroso sobre o uso da inteligência artificial no Judiciário, garantindo que sua aplicação esteja sempre alinhada aos princípios dos direitos humanos e ao respeito à dignidade das pessoas.