Mesmo antes de entrar em vigor, tarifaço já provoca danos à economia gaúcha

Imagem: Freepik

O tarifaço de 50% imposto pelo governo norte-americano entra em vigor apenas no dia 7 de agosto, contudo, seus impactos já vem provocando transtornos em empresas gaúchas. A perspectiva de aumento nos preços, confirmada na quarta-feira (30), desencadeia a suspensão de contratos, concessões de férias coletivas, redução de turnos de trabalho e de produção em diversos setores da economia, conforme representantes de diversas entidades. Ainda não há estimativas sobre percentuais de suspensão ou cancelamento de vendas, mas os relatos que chegam das empresas é de que já vêm sendo adotadas medidas para compensar a súbita perda de mercado externo.

Como as exceções previstas na ordem assinada pelo presidente americano Donald Trump não contemplaram grande parte das exportações do Rio Grande do Sul, o cenário é de preocupação entre grande parte dos empresários. Existe uma corrida para enviar os produtos de contratos já firmados aos Estados Unidos antes da aplicação dos 50%. Empresas trabalharam ao máximo para antecipar os embarques aéreos para que cheguem antes do prazo, mas também já temos cancelamentos de contratos, porque o importador não quer correr o risco de receber a mercadoria já com a aplicação da tarifa, revela o gerente de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiergs, Luciano D’Andrea.

Dois dos setores mais afetados pela nova taxa são o de carnes e o de armas e munições. Em relação aos armamentos, a empresa Taurus, com sede em São Leopoldo, já vem adotando medidas destinadas a reduzir o impacto da ofensiva americana. Teve início um processo de férias coletivas, abrangendo até agora 40 dos 2,7 mil funcionários, além disso, a empresa também já vinha transferindo estoques de produtos para uma fábrica no Estado da Geórgia, em solo americano. As carnes também ficaram fora das exceções da tarifa, e segundo o empresário Ivon Silva, do Frigorífico Silva, os contratos firmados anteriormente com importadores americanos já foram cumpridos e, desde então, não houve novos pedidos de envio feitos à sua empresa. Com informações de GZH.

Para a Abojeris, a decisão dos Estados Unidos de elevar as tarifas sobre os produtos brasileiros, têm causado efeitos diretos e preocupantes na economia nacional. O Rio Grande do Sul está entre os estados mais afetados, o que pode resultar na queda de vendas externas, e consequentemente na arrecadação do ICMS, impactando diretamente o repasse do duodécimo aos poderes, inclusive ao Judiciário, o que pode dificultar o atendimento de reivindicações da categoria. Esse tarifaço dificulta também a concessão da revisão geral anual dos salários e pode gerar desempregos, como exemplificado nos relatos anteriores. A associação seguirá atenta aos desdobramentos desse impasse e manterá a categoria informada sobre qualquer novidade.

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