Eleições do sindjus: manifestação da diretoria estadual da Abojeris e coordenadores regionais de núcleos

Imagem: Divulgação

No dia 23 de abril a diretoria estadual da Abojeris e os Coordenadores Regionais do Núcleo realizaram uma reunião para deliberar pela neutralidade em relação às eleições do Sindjus para o triênio 2025/2028. A categoria dos Oficiais e das Oficialas de Justiça Estaduais está liberada para analisar as duas propostas em disputa e fazer as suas opções. 

Segundo a avaliação conjunta, a postura sindical deve construir uma relação respeitosa com a administração do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), mas, acima de tudo, manter uma atitude altiva, promovendo o tensionamento necessário sempre que os temas em debate assim exigirem. De acordo com a manifestação, não se trata de defender irresponsabilidades nem de promover pautas utópicas. O objetivo é recolocar o sindicato no exercício de sua função essencial: defender os trabalhadores com qualidade, por meio de uma visão estratégica e política construída em conjunto com os servidores.

A Abojeris e os coordenadores regionais também apontam um afastamento e esvaziamento do sindicato de seus órgãos deliberativos colegiados e estatutários, além da ausência de consulta à base. O Conselho de Representantes de Comarcas, considerado norteador da política sindical, foi abandonado. Já o Congresso Estadual da categoria, que deveria servir para conscientizar os trabalhadores sobre o contexto das mudanças no mundo do trabalho dentro do Judiciário, passou a tratar de assuntos genéricos e globais. A Plenária Estadual foi esvaziada, deixando de analisar a execução do plano de trabalho, e o Conselho Geral deixou de existir.

Diversos temas sensíveis aos servidores tiveram suas estratégias de enfrentamento definidas exclusivamente pela direção executiva, sem participação dos trabalhadores por meio de seminários ou assembleias gerais, resultando em uma postura de mera adequação às possibilidades do TJRS, sob a justificativa de que apenas a experiência da direção seria suficiente para conduzir as ações. 

Decisões e estratégias tardias, tomadas sem planejamento e desassociadas dos anseios da categoria, conduziram uma atuação voltada à simples redução de danos, não se antecipando às dificuldades enfrentadas. Mobilizações importantes deixaram de ser feitas de forma antecipada, sendo substituídas por ações inócuas em momentos já irreversíveis para os trabalhadores do Judiciário. O que se vê é uma atuação sindical atrasada, fora do tempo, quando os danos já são irreparáveis.

Outro ponto destacado é a gestão dos recursos financeiros da entidade, ações  que se enquadram em uma “gastança” com atividades e serviços que não trouxeram retorno efetivo para a construção e o fortalecimento da consciência de classe dos servidores ao longo da última gestão. A atual direção do Sindjus, deveria funcionar como abrigo das reivindicações de todos os cargos do Judiciário, porém tem alimentado a insatisfação da base, fortalecendo a criação de associações. Essas entidades, precisaram intervir em diversas ocasiões durante as negociações da revisão do PCCS, diante da insuficiência da atuação sindical. 

Quanto à chapa de oposição, a avaliação da Abojeris e dos coordenadores é de que se trata de um grupo desgastado, ausente dos principais debates da categoria, com ideias retrógradas, pouca representatividade e sem conexão com a realidade dos trabalhadores. Além de se apresentar a cada três anos, sem participação ativa nas mobilizações cotidianas da categoria, deixando de ser uma alternativa viável para o futuro dos servidores do judiciário.

Por tais razões, a Abojeris manifesta neutralidade entre os dois projetos atualmente em disputa e libera a sua base para que faça as escolhas que considerar mais adequadas e convenientes nas próximas eleições do Sindjus, referentes ao triênio 2025/2028.

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