Presidente da FECOMÉRCIO desconsidera Servidores Públicos por disputa fiscal

Propostas absurdas e desumanas priorizam interesses setoriais em detrimento do serviço público

 

No calor da discussão sobre o aumento da alíquota básica de ICMS no Rio Grande do Sul, o presidente da FECOMÉRCIO, Luiz Carlos Bohn, levantou sua voz contra essa medida, preferindo a redução de benefícios fiscais. Entretanto, suas declarações deixam de lado um aspecto crucial: a contribuição essencial dos servidores públicos para o desenvolvimento do Estado.

Ao criticar o aumento proposto, Bohn e a FECOMÉRCIO negligenciam a importância vital dos servidores públicos, muitos dos quais enfrentam salários congelados por quase uma década, acumulando perdas salariais superiores a 63%. Enquanto as empresas registram lucros robustos, a falta de partilha desses ganhos com os trabalhadores é notória.

Em suas declarações, Bohn parece desconsiderar a realidade dos servidores públicos que, mesmo diante de inúmeras adversidades, se destacaram na linha de frente durante a pandemia de Covid-19.

Em contraponto à crítica da FECOMÉRCIO aos salários dos servidores, é imperativo notar que diversas categorias enfrentam não apenas salários estagnados, mas também uma perda significativa do poder de compra. Enquanto as crises e as ameaças de aumento de impostos recaem sistematicamente sobre os ombros dos servidores públicos, as empresas continuam auferindo lucros sem compartilhar equitativamente com seus trabalhadores.

A proposta de cortar benefícios fiscais, defendida pela FECOMÉRCIO, também levanta questões sobre a equidade nas decisões orçamentárias. Em momentos em que os governos concedem incentivos vultosos aos empresários, a sociedade muitas vezes é deixada à margem do debate sobre a alocação dos recursos públicos.

A ABOJERIS entende que é de suma importância enfatizar que a estabilidade e qualidade dos serviços públicos são um pilar essencial para o funcionamento adequado da sociedade. A simplificação excessiva das propostas em discussão, sem levar em consideração o papel vital dos servidores públicos, é não apenas injusta, mas também potencialmente prejudicial para a comunidade.

Neste momento crítico, é necessário um diálogo mais amplo e inclusivo que reconheça a importância dos serviços públicos e dos servidores para o bem-estar coletivo. A sociedade merece um debate mais aberto e ponderado sobre as escolhas orçamentárias, para garantir que todos os setores contribuam de maneira justa para o desenvolvimento sustentável do Rio Grande do Sul.

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