Servidores pagam a conta de guerra dos hospitais contra IPE Saúde 

A crise entre institutos e médicos deixa os funcionários públicos desamparados

 

No último ano, mudanças profundas foram implementadas no Instituto de Previdência do Estado (IPE) Saúde, gerando impactos diretos nos bolsos e na qualidade de vida dos servidores públicos gaúchos. Aumento nas alíquotas para os segurados, cobranças adicionais para dependentes e, lamentavelmente, a persistência de serviços de saúde aquém do prometido têm sido a triste realidade enfrentada pelos usuários.

Um embate acirrado entre hospitais e o IPE Saúde tem como pano de fundo o encerramento de uma prática questionável na remuneração dos prestadores de serviços. Em meio a essa contenda, são os servidores e seus familiares que acabam arcando com as consequências, sem que haja a devida contrapartida em termos de qualidade nos serviços.

Os hospitais reconhecem os esforços do IPE Saúde em regularizar pagamentos atrasados e ajustar algumas tabelas de remuneração. Contudo, o impasse persiste devido à resistência dos hospitais em abandonar práticas que órgãos de controle, como Tribunal de Contas, Ministério Público e outros, consideram ilegais. 

Uma dessas práticas questionáveis envolve o pagamento de sobrepreços em medicamentos e insumos, uma espécie de gambiarra para compensar a defasagem nas tabelas de remuneração. A ABOJERIS ressalta que essa situação é inaceitável, destacando que planos de saúde privados não aceitariam tais práticas.

O presidente do IPE Saúde, Paulo Afonso Oppermann, assegura em entrevista à jornalista Rosane de Oliveira, do GZH, que está empenhado em corrigir distorções e irregularidades. Auditorias internas foram realizadas, revelando inconsistências nas contas de algumas instituições. Oppermann destaca os esforços para equiparar a tabela de remuneração à de outros planos de saúde, com correções significativas em procedimentos essenciais.

 

UM OLHAR PARA O CASO DOS MÉDICOS

Além dos problemas estruturais, segurados do IPE Saúde relatam casos de médicos credenciados que, mesmo aceitando consultas pelo convênio, cobram valores inferiores e fornecem requisições de exames pelo plano. Essa prática, considerada irregular pelo presidente do IPE Saúde, Paulo Afonso Oppermann, levanta preocupações éticas e exige uma resposta urgente.

Oppermann destaca que médicos que não desejam mais ser credenciados têm o direito de sair, mas não podem continuar cobrando dos segurados. A Polícia Civil, frequentemente, recebe denúncias desse tipo e inicia investigações, tornando evidente a gravidade da situação.

Em meio a essa complexa realidade, torna-se imperativo que o IPE Saúde, em parceria com os hospitais e profissionais da saúde, encontre soluções que assegurem tanto a sustentabilidade financeira do instituto quanto a prestação de serviços de qualidade aos seus mais de um milhão de segurados. 

O equilíbrio é crucial para que os servidores não se vejam obrigados a depender exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS), que, por sua vez, remunera médicos e hospitais a valores consideravelmente inferiores.

A ABOJERIS continuará atenta a esse cenário, buscando defender os interesses dos oficiais de justiça gaúchos e exigindo transparência e ações concretas por parte das autoridades responsáveis.

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