
Reflexos do tarifaço preocupam empresas gaúchas e podem afetar o Judiciário
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Há pouco mais de um mês, entrou em vigor o tarifaço dos Estados Unidos contra produtos brasileiros, o que já vem causando impactos diretos em diversas empresas e afetando setores da economia do Rio Grande do Sul. Entre os ramos mais prejudicados até o momento se destacam os da madeira, da apicultura e dos calçados. Em algumas instituições dessas áreas, a produção e os investimentos foram comprometidos, resultando em demissões ou na suspensão de contratações.
Dados das exportações em agosto mostram o impacto do tarifaço no estado. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, as vendas de produtos gaúchos para o mercado americano totalizaram US$ 129,4 milhões no mês passado, o que representa uma queda de 18,64% em relação ao mês de agosto de 2024. Além disso, um levantamento da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), revela que houve uma redução de 19% nas vendas da indústria aos Estados Unidos em agosto, ante o mesmo mês do ano passado.
O economista-chefe da Fiergs, Giovani Baggio, destaca que a queda nas exportações é o primeiro reflexo concreto do tarifaço no estado. Embora a entidade não tenha dados sobre o impacto dessa sanção no emprego industrial, as últimas sondagens junto aos empresários indicaram um cenário de pessimismo, o que pode resultar em demissões nos próximos meses. Baggio alerta que, se a situação não for resolvida em curto prazo, é provável que ocorram cortes de empregos, especialmente nos setores mais dependentes do mercado americano, como calçados, madeira e armas. Com informações de GZH.
A Abojeris tem monitorado com preocupação as consequências da decisão do governo dos Estados Unidos, uma vez que o Rio Grande do Sul é o segundo estado mais afetado no país, com 85% de seus produtos exportados sujeitos a esse tarifaço. Esse impacto direto nas exportações agora também traz uma preocupação com a queda na arrecadação do ICMS, em virtude da redução do consumo e dos investimentos, que pode afetar o repasse do duodécimo aos poderes, incluindo o Judiciário, dificultando o atendimento de reivindicações da categoria. Além disso, a associação reforça que o tarifaço pode dificultar a concessão da revisão geral anual dos salários e contribuir para o aumento do desemprego, como já evidenciado nos dados anteriores.