O impacto da Inteligência Artificial na justiça: Ameaça ao Assistente Jurídico
ChatGPT-4 aponta 80 profissões sob ameaça, destacando o potencial desaparecimento de assistentes jurídicos em meio à revolução da IA na categoria
O desenvolvimento acelerado da Inteligência Artificial (IA) tem impactado diversos setores da sociedade, e o meio jurídico não é exceção. Recentemente, segundo matéria levantada pela Sintrajufe/RS, o publicitário e especialista nessa ferramenta André Cia, questionou ao ChatGPT-4, uma das mais avançadas IA do momento, quais são os riscos de profissões serem potencialmente eliminadas com o avanço dessa tecnologia. Do total, foram classificadas 80 tipos diferentes de trabalhos. Entre eles, figura o “assistente jurídico”, o que gera preocupação entre especialistas do setor.
As implicações do avanço da IA no campo jurídico são motivo de debate acalorado entre os profissionais da área. De um lado, defensores da automação argumentam que a utilização de algoritmos e sistemas de aprendizado de máquina pode aumentar a eficiência e reduzir custos operacionais, acelerando a entrega de serviços e possíveis melhorias no acesso à justiça.
Por outro lado, os críticos alertam para os perigos inerentes à ampla adoção da IA. A possível substituição de profissionais humanos por robôs e algoritmos pode gerar desemprego em massa, causando impactos socioeconômicos significativos. Além disso, questões éticas e legais emergem quando se trata da responsabilidade por decisões tomadas por sistemas automatizados.
Função com dias contados?
No caso específico dos assistentes jurídicos, a perspectiva de que esses profissionais se tornem obsoletos é alarmante. Segundo a tabela feita com os empregos ameaçados pelo próprio ChatGPT, o ‘prazo de validade’ da função auxialitiva dentro do campo jurídico é de 24 meses. Esses auxiliares desempenham um papel crucial em escritórios de advocacia e departamentos jurídicos, realizando tarefas que variam desde pesquisas detalhadas até a preparação de documentos legais complexos.
Contudo, o ChatGPT-4 surge como um exemplo preocupante de como a IA pode evoluir e se tornar uma ameaça direta a essas funções. Seu alto nível de sofisticação permite que ela analise grandes volumes de dados, interprete leis e jurisprudência e até mesmo redija pareceres legais com uma precisão notável.
O avanço tecnológico é inevitável e pode oferecer inúmeras vantagens para a sociedade como um todo. No entanto, é crucial que haja um debate contínuo sobre como regular e orientar o uso da IA no meio jurídico, de modo a garantir uma transição justa e equitativa. É fundamental que se estabeleçam salvaguardas para proteger os empregos humanos e garantir que a tomada de decisões em questões legais permaneça sob a supervisão e responsabilidade de profissionais capacitados.
Estratégias para salvaguardar trabalhos humanos
Evitar demissões em massa diante do rápido avanço da inteligência artificial é uma tarefa difícil, mas existem várias táticas que podem ser usadas para diminuir os efeitos negativos e facilitar uma transição mais suave para um mundo com mais automação. Alguns deles consistem em:
Requalificação e Treinamento: Para os profissionais cujas funções correm risco de automação, investir em programas de requalificação e treinamento. Isso lhes dará a chance de aprender habilidades complementares ou fazer a transição para empregos que precisam de características mais humanas, como criatividade e habilidades sociais.
Regulamentação e padrões éticos: Para garantir que a automação ocorra de forma justa e responsável, é fundamental estabelecer normas e padrões éticos para sua utilização no ambiente de trabalho. Isso envolve estabelecer limites para o trabalho que pode ser automatizado e garantir que escolhas cruciais ainda sejam feitas por humanos.
Promover setores de alta complexidade: Concentrar esforços no crescimento de indústrias e funções mais complexas e criativas, que demandam alto nível de habilidade e aplicação humana, de difícil replicação por sistemas automatizados. Isso pode envolver o financiamento de empresas que usam tecnologia de ponta, pesquisa, desenvolvimento e afins.
A participação dos funcionários na discussão social sobre os efeitos da IA no mercado de trabalho é fundamental. O envolvimento ativo dos trabalhadores nas escolhas de automação pode ajudar a encontrar soluções mais justas e igualitárias para os problemas trazidos pela tecnologia.
Essas técnicas podem diminuir a possibilidade de demissões generalizadas provocadas pelo desenvolvimento da inteligência artificial. É crucial enfatizar que, para que essas medidas sejam implementadas com sucesso, governos, empresas e o público em geral devem trabalhar juntos para desenvolver uma estratégia completa e responsável para lidar com a mudança tecnológica.