Marcio

Presidente do IBGE, Marcio Pochmann critica bigtechs e uso indiscriminado de Inteligência Artificial no Brasil

O pesquisador aponta problemas na relação entre nações e megaempresas de tecnologia

O economista, pesquisador, professor e político Marcio Pochmann publicou um artigo em sua conta do X, onde buscava destrinchar as ações do bilionário Elon Musk ao recusar as decisões judiciais brasileiras e confrontar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Segundo o atual presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as ações de Musk não são aleatórias, mas maquinações em defesa da soberania internacional das bigtechs sobre as nações.  

Marcio afirma que o interesse oculto do confronto é abrir a possibilidade das bigtechs de utilizar dados e atuar de maneira irresponsável dentro dos países, tudo em nome da defesa de uma suposta “liberdade de expressão”. A narrativa desafia as autoridades dos países para permitir mais liberdade às megaempresas que desejam atuar livremente e coletar dados alheios.  

Elon Musk é um dos maiores investidores no ramo da tecnologia, fundador da Tesla, dono da SpaceX e um dos defensores do desenvolvimento e uso da Inteligência Artificial. O sul-africano afirmou em sua conta pessoal do X que acredita que a IA será mais inteligente do que o ser humano até o fim de 2025, caso as indústrias consigam suprir os chips necessários para a evolução dos programas. Ironicamente, Musk havia automatizado suas fábricas Tesla produtoras de automóveis elétricos, mas foi obrigado a recontratar humanos devido aos problemas na linha de produção.

Marcio Pochmann defende a necessidade de estabelecer uma governança global na Era Digital, a fim de proteger os países contra o poder das megaempresas de tecnologia. O objetivo primordial é mitigar a desigualdade digital e preservar a soberania dos governos em relação às informações de suas instituições e cidadãos.

Veja AQUI a postagem de Pochmann

O tema é de suma importância e foi pauta do I Encontro dos Oficiais e Oficialas de Justiça do TJRS, onde os palestrantes expuseram os métodos de coleta de dados usados pelas IAs e a falta de segurança relacionada aos dados pessoais. Afinal, esses programas são incapazes de criar informações e utilizam os números oferecidos pelos humanos para criar padrões analíticos.

 Leia o resumo do Encontro dos OJs AQUI

A Associação dos Oficiais de Justiça do Rio Grande do Sul (ABOJERIS) observa atentamente o cenário do desenvolvimento da Inteligência Artificial no Brasil e os desdobramentos políticos gerados por essa nova tecnologia. É crucial que essa transformação seja tratada com extrema cautela e sensibilidade humana, a fim de evitar prejuízos para os trabalhadores. Os sistemas de IA devem ser regulamentados de forma a servirem como ferramentas facilitadoras do trabalho humano, em vez de substituírem as funções desempenhadas por milhões de brasileiros. A administração da justiça deve permanecer sob a responsabilidade de indivíduos capazes de ponderar, ouvir os argumentos de ambos os lados e tomar decisões baseadas em lógica e equidade, em oposição à aplicação de algoritmos guiados por números e padrões impessoais.

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