
Após lista de exceções, 85% dos produtos gaúchos continuam sob taxação
Imagem: Lauro Alves / Agencia RBS
Após a divulgação da lista de produtos que ficaram de fora do tarifaço, a indústria do Rio Grande do Sul segue entre as mais prejudicadas. Um levantamento preliminar realizado pela Fiergs aponta que 85% dos itens produzidos no Estado e exportados para os Estados Unidos continuam sendo tarifados. A projeção atualizada indica que o PIB gaúcho pode registrar uma queda superior a R$ 1,5 bilhão no próximo ano.
De acordo com a análise da Fiergs, a média nacional de isenção tarifária é de 44,6%, enquanto no RS essa taxa é de apenas 15%. Com cerca de 140 mil trabalhadores diretamente envolvidos, a estimativa é que mais de 20 mil empregos estejam em risco imediato. Em entrevista, o presidente da Fiergs, Claudio Bier, anunciou a criação de um comitê de crise que analisará medidas de apoio às empresas afetadas. Ele destacou ainda que setores estratégicos para a economia gaúcha, como o metalmecânico, o de tabaco e o de madeira, não foram contemplados nas exceções.
Em parceria com o governo estadual, empresários defendem a liberação de créditos de ICMS para exportações. Em Brasília, Bier entregou uma carta ao presidente Lula sugerindo medidas compensatórias, entre elas: ampliação do acesso a crédito e capital de giro para empresas impactadas; fortalecimento de mecanismos de reintegração tributária; estímulo à preservação de empregos; e iniciativas para facilitar a entrada em novos mercados. O Ministério da Fazenda já elaborou uma proposta de plano de contingência, que está sendo revista após a publicação da lista de exceções. O presidente Lula e os ministros da área política ainda analisam a abrangência das medidas e o melhor momento para anunciá-las. Com informações de GZH.
Para a Abojeris, o “tarifaço” representa uma agressão à soberania nacional e prejudica a economia e toda a população brasileira. O Estado do RS é o segundo com maior impacto, e se 85% dos produtos exportados para os EUA forem taxados, possivelmente haverá queda na arrecadação do ICMS, principal imposto arrecadatório. A redução das receitas estaduais terá repercussão no repasse do duodécimo aos poderes, inclusive ao Judiciário, e assim, seremos atingidos nas nossas demandas e reivindicações. Da mesma forma, haverá dificuldades para que o governador conceda a revisão geral anual dos salários do funcionalismo e a retração na indústria poderá comprometer os empregos. A expectativa recai sobre o governo federal, que terá a responsabilidade de negociar a redução desse tarifaço junto ao governo norte-americano, a fim de preservar a indústria nacional, os empregos e garantir melhores condições de vida para o povo brasileiro.