COM AS GALERIAS VAZIAS DEPUTADOS E DEPUTADAS APROVARAM ALTERAÇÕES NO IPE SAÚDE
Apesar de inúmeras tentativas dos servidores públicos de chamar a atenção do Governador Eduardo Leite (PSDB) para a necessidade de retirar o regime de urgência do PLC 259/2023 e proporcionar mais tempo para dialogar acerca das consequências que as medidas propostas trarão para os trabalhadores que estão com os salários congelados há 09 anos e sofrerão mais aumento nos descontos para o IPE Saúde, isso não ocorreu.
Centenas de trabalhadores e trabalhadoras de diversas categorias do serviço público estadual compareceram desde as primeiras horas do dia de ontem na Praça da Matriz para acompanhar os trabalhos na Assembleia Legislativa. No entanto, o presidente da Assembleia Legislativa determinou que as forças de segurança desobstruíssem as entradas do parlamento, fechasse a entrada do prédio e não permitisse a entrada dos trabalhadores nas galerias para acompanharem a votação do PLC 259/2023, que iniciou depois das 16h.
Na noite da última terça-feira (20), os deputados e deputadas estaduais aprovaram o projeto de reestruturação do Instituto de Previdência Estadual – IPE na área da saúde, por 36 votos favoráveis e 16 votos contrários. Com isso, os deputados autorizaram o aumento na contribuição dos servidores estaduais, cuja contribuição sobre os salários irá ser reajustada dos atuais 3,1% para 3,6%.
Veja como votaram os deputados e deputadas
Votaram SIM
- Frederico Antunes (PP)
- Guilherme Pasin (PP)
- Joel Wilhelm Sim (PP)
- Marcus Vinícius (PP)
- Professor Issur Koch (PP)
- Silvana Covatti (PP)
- Carlos Búrigo (MDB)
- Edivilson Brum (MDB)
- Luciano Silveira (MDB)
- Patrícia Alba (MDB)
- Rafael Braga (MDB)
- Capitão Martim (Republicanos)
- Delegado Zucco (Republicanos)
- Eliana Bayer (Republicanos)
- Sergio Peres (Republicanos)
- Delegada Nadine (PSDB)
- Kaká D´Ávila (PSDB)
- Neri, o Carteiro (PSDB)
- Pedro Pereira (PSDB)
- Professor Bonatto (PSDB)
- Cláudio Tatsch (PL)
- Kelly Moraes (PL)
- Paparico Bacchi (PL)
- Airton Artus (PDT)
- Eduardo Loureiro (PDT)
- Gerson Burmann (PDT)
- Luiz Marenco (PDT)
- Aloísio Classmann (União Brasil)
- Dirceu Franciscon (União Brasil)
- Thiago Duarte (União Brasil)
- Airton Lima (Podemos)
- Claudio Branchieri (Podemos)
- Gaúcho da Geral (PSD)
- Elton Weber (PSB)
- Felipe Camozzato (Novo)
- Elizandro Sabino (PTB)
Votaram NÃO
- Adão Pretto Filho (PT)
- Jeferson Fernandes (PT)
- Laura Sito (PT)
- Leonel Radde (PT)
- Luiz Fernando Mainardi (PT)
- Miguel Rossetto (PT)
- Pepe Vargas (PT)
- Sofia Cavedon (PT)
- Stela Farias (PT)
- Valdeci Oliveira (PT)
- Zé Nunes (PT)
- Gustavo Victorino (Republicanos)
- Adriana Lara (PL)
- Luciana Genro (PSOL)
- Matheus Gomes (PSOL)
- Bruna Rodrigues (PCdoB)
O PLC 259/2023 estabelece que
A alíquota mínima do titular (ativo, inativo e pensionista) e a alíquota do Estado será alterada de 3,1% para 3,6%. A mensalidade para dependente obedecerá à seguinte regra de faixa etária:
- Zero a 23 anos ou sob condição de invalidez:22,5% do valor de referência da faixa etária 1 — R$ 49,28;
- A partir dos 24 anos: 35% do valor de referência da faixa etária correspondente.
Além disso, será implementada a trava global de 12% da base de contribuição do servidor titular, ou seja, o desconto total do servidor, somando a sua contribuição e dos seus dependentes, não poderá exceder 12% da sua remuneração total.
Já a coparticipação em exames e consultas passará de 0% a 40% para 0% a 50%. As regras de aplicação continuam sendo definidas por meio de resolução do instituto.
Sem dúvida essas alterações trarão significativas consequências para os servidores e servidoras públicas e seus dependentes, além de mudar profundamente a concepção que instituiu o IPE em 1931. A autarquia deixa de se orientar pelo princípio da solidariedade e passa a obedecer ao princípio da individualidade das contribuições que orienta o livre mercado dos planos privados de saúde.
Os deputados e deputadas que integram a base de sustentação do governador Eduardo Leite (PSDB), deram mais uma mostra de que não tem nenhum compromisso com a preservação do patrimônio público dos gaúchos e deram mais um passo em direção a privatização do IPE Saúde, que jogará mais de um milhão de pessoas para o Sistema Único de Saúde – SUS e com isso precarizará ainda mais os serviços de saúde prestados à população.