
Tarifaço dos EUA entra em vigor e governo brasileiro anuncia pacote de apoio às empresas
Imagem: Freepik
O tarifaço dos EUA sobre as exportações de produtos brasileiros entrou em vigor na meia-noite desta quarta-feira (6). A partir de agora, as empresas estadunidenses que comprarem produtos do Brasil terão que pagar uma taxa de 50% sobre esses itens ao governo dos Estados Unidos, salvo exceções para os produtos que constam em uma lista de 694 itens definida pela Casa Branca. No entanto, muitos dos produtos gaúchos não foram contemplados por essa lista de isenções. Segundo uma análise feita pela Fiergs, a média nacional de isenção tarifária é de 44,6%, enquanto no Rio Grande do Sul essa taxa é de apenas 15%. A estimativa é que mais de 20 mil empregos estejam sob risco imediato.
O impacto do tarifaço já pode ser sentido em diversas áreas da economia nacional. O presidente da Associação Brasileira de Rochas Naturais, Tales Machado, informou que cerca de 100 empresas estão praticamente paradas. Além disso, logo após o anúncio do tarifaço, várias empresas começaram a anunciar demissões. Amarildo Lugão, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Mármore e Granito do Espírito Santo, revelou que tem recebido alertas sobre demissões no setor e que buscará as empresas para garantir os direitos dos trabalhadores. Por sua vez, o Sindicato da Indústria de Calçados de Franca alertou que o tarifaço pode reduzir as exportações de suas filiadas em até US$ 15 milhões ao ano (cerca de R$ 82,5 milhões), o que comprometeria entre 1,2 mil e 1,5 mil postos de trabalho na região.
Diante deste cenário, o governo brasileiro está apto a apoiar as empresas prejudicadas. Iniciativas com o objetivo de amenizar os efeitos econômicos da decisão unilateral do governo dos Estados Unidos foram elaboradas por um grupo interministerial. Segundo informações dos veículos Bloomberg Línea e CNN Brasil, o pacote de apoio inclui uma linha de crédito com juros reduzidos, gerida pelo BNDES, utilizando um fundo garantidor público. A finalidade é fornecer capital de giro às empresas exportadoras que perderão competitividade com a implementação das tarifas. Também está prevista a extensão dos prazos de pagamento das dívidas das empresas afetadas e a possibilidade de compra, pelo governo federal, de estoques não vendidos ou produtos destinados à exportação.
Outra medida sendo analisada é o suporte parcial à folha de pagamento das empresas exportadoras, como ocorreu durante a crise da pandemia, para proteger empregos nos setores impactados. Além disso, o governo tem a intenção de fortalecer os mecanismos de seguro para exportação, ampliando a cobertura contra inadimplência e riscos comerciais. Para tornar financeiramente viável o pacote sem comprometer a meta fiscal, está sendo estudada a liberação de crédito extraordinário por meio de uma medida provisória ou decreto, o que garantiria rapidez na implementação das ações. Com informações de Brasil de Fato e Brasil 247.
A Abojeris reitera sua preocupação com a economia do Rio Grande do Sul frente ao tarifaço, visto que o estado é o segundo mais afetado do país, com 85% dos seus produtos exportados submetidos ao tarifaço dos EUA. Por isso a importância das medidas adotadas pelo governo federal no sentido de amenizar as consequências e evitar a queda da arrecadação do estado, evitando que setores sensíveis da sociedade venham sofrer prejuízos irreparáveis.