
Embora simule pensamentos, Inteligência Artificial apenas reproduz padrões armazenados
Imagem: Freepik
A Inteligência Artificial (IA), especialmente sistemas como ChatGPT, Gemini e Copilot, vem impressionando as pessoas com os avanços em um curto espaço de tempo. Essas ferramentas respondem perguntas com fluência, explicam conceitos, produzem textos e até afirmam “pensar” sobre determinados temas. Contudo, esse suposto raciocínio é apenas uma aparência por trás da linguagem convincente. Não há consciência, compreensão nem pensamento real.
Durante a Live semanal do dia 3 de julho a Abojeris teve o prazer de receber Sérgio Amadeu da Silveira, sociólogo e um dos principais nomes da inclusão digital no Brasil. Para o sociólogo, a IA não existe sem armazenamento de dados. Segundo ele, os dados são o insumo vital para o funcionamento das IAs, sendo usados para alimentar os sistemas e os algoritmos que tomam decisões. Ou seja, quando um modelo responde a uma pergunta ele não está raciocinando. Está apenas completando frases com base em padrões aprendidos. A IA gera cada palavra considerando quais são as mais prováveis de aparecer depois da anterior, e assim por diante.
A ilusão de que esses sistemas pensam como humanos é reforçada pela linguagem que é utilizada. Frases em primeira pessoa, como “estou analisando” ou “vou considerar isso”, ativam uma tendência natural de projetar emoções, intenções e pensamentos em qualquer coisa que se comunique de forma parecida com a gente. Esse fenômeno é chamado de ilusão antropomórfica. No entanto, os modelos de IA não têm emoções, intenções, senso de ética ou qualquer experiência no mundo físico. Eles apenas simulam linguagem com base em dados. Com informações de CanalTech.
A Abojeris ressalta a importância do controle humano e da implementação de regulamentações no uso da Inteligência Artificial, uma vez que essa tecnologia não possui compreensão moral, empatia ou discernimento ético. Outro ponto que preocupa a associação é o risco iminente que essas ferramentas representam para os trabalhadores. Embora a IA seja apresentada como um recurso para auxiliar os humanos nas suas atividades profissionais, é inegável sua influência sobre os postos de trabalho, visto que ela opera 24 horas por dia, todos os dias da semana, sem necessidade de férias ou folgas, além de não reivindicar melhores salários ou condições de trabalho. A IA não substituirá os trabalhadores por completo, mas certamente ocupará muitos espaços que, até então, eram exclusivamente deles. Diante desses fatores, a Abojeris destaca que a revolução digital deve ser uma ferramenta a serviço da sociedade, e não um fator de exclusão ou desumanização dos serviços essenciais.