Projetos de reposição salarial encontram resistência na reunião do Colégio de Líderes na Assembleia
Mesmo após os esforços de toda a categoria, não foi possível dar andamento aos projetos de reposição parcial da inflação de 2015 (5,58%), durante a última terça-feira (11), na reunião do Colégio de Líderes na Assembleia Legislativa (AL). O projeto de reposição salarial dos servidores do Tribunal de Contas do Estado (TCE) não avançou na tramitação e a Resolução da Mesa da AL acerca da reposição salarial dos servidores do Legislativo não foi apresentada. Os líderes de bancadas não acordaram para que as duas proposições fossem colocadas na ordem do dia, juntamente com os projetos do Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública, que estão com a tramitação regimental concluída.
Desta vez votaram contra o acordo os líderes do PT, do PP e do PMDB. Tendo três bancadas discordantes, as proposições não têm seguimento. A coleta de assinaturas no requerimento para convocação de sessão extraordinária na Comissão de Finanças, para votar o projeto dos trabalhadores do TCE, perdeu forças. Agora as dificuldades para conseguir quórum nas comissões e no plenário da AL são maiores, devido à proximidade das eleições. Mesmo assim, as entidades farão o esforço possível para que se possa ter quórum de sete parlamentares na sessão ordinária da Comissão de Finanças, na próxima quinta-feira (13). Se isso for possível, o projeto dos servidores do TCE estará na pauta para aprovação do parecer favorável, proferido pelo deputado Enio Bacci (PDT). Assim, se encerrará a tramitação regimental e ficará apto a ser apreciado em plenário juntamente com os projetos das demais categorias.
É lamentável que o Partido dos Trabalhadores, que sempre defendeu o serviço público e seus servidores, não tenha colaborado com a luta das categorias contra o congelamento salarial que já dura anos. Não é possível que os parlamentares do PT se curvem às pressões da imprensa e do governo Sartori (PMDB) e se coloquem ao lado daqueles que administram o desmonte do Estado e do patrimônio público. É inadmissível que o projeto de desmonte, sucateamento dos serviços prestados à população e parcelamento salarial tenha a adesão daqueles que têm o dever de estar do lado oposto.
É bom lembrar que o primeiro ato do governo atual foi reajustar os subsídios do governador, vice-governador, secretários de Estado, deputados e cúpulas do judiciário e do Ministério Público. Em alguns casos, o aumento chegou a 46%. O discurso da crise só existe para o povo e para os servidores públicos.
Por isso, a Abojeris convoca todos os trabalhadores a intensificar a pressão e os contatos com os deputados em suas regiões. Lembrá-los que há quatro anos não há reajuste salarial e que os 5,58% recuperam apenas parte da inflação de 2015. Lembrá-los ainda, que o reconhecimento do Judiciário do Rio Grande do Sul como o mais eficiente e produtivo do país nos últimos anos passa pela dedicação e qualidade do serviço que os seus servidores prestam à população gaúcha. Não é hora de esmorecer. Agora votam eles. Em outubro votamos nós!