União Gaúcha debate eleições do IPE-Prev e Reforma da Previdência
Na manhã desta segunda-feira (18/02), a Abojeris participou de reunião da União Gaúcha em Defesa da Previdência Social e Pública do Rio Grande do Sul (UGDPSP/RS), na sede da Ajuris, em Porto Alegre. O objetivo foi falar da participação das entidades nas eleições para a escolha dos conselheiros do IPE-Prev, que acontece na próxima semana, dia 25 de fevereiro. Também estava em pauta o projeto de Reforma da Previdência, que será apresentado ao Congresso Nacional na próxima quarta-feira (20/02), conforme anunciado pelo governo federal.
Após análises da minuta da proposta de Emenda Constitucional de Reforma da Previdência, que foi divulgada nos últimos dias, uma das maiores preocupações dos dirigentes é o novo sistema de capitalização de recursos para custear as futuras aposentadorias.
Não haverá participação do governo e da classe patronal nesse novo modelo, e as dúvidas que ficam são: Quem irá se responsabilizar pelo custeio das atuais aposentadorias se, a partir da aprovação da Reforma, os novos trabalhadores irão contribuir individualmente em conta exclusiva? Sem a participação dos atuais e futuros trabalhadores, do governo e dos empresários, como ficará a situação dos atuais aposentados? De onde virão os recursos para continuar pagando as suas aposentadorias e pensões? Isso não está claro na proposta divulgada.
Esse sistema foi implementado no Chile, pelo governo Pinochet, na década de 1980. Lá, os aposentados recebem cerca de 30 a 40% dos seus rendimentos auferidos ao longo da vida laboral. Esse é um dos motivos do alto índice de suicídios de idosos naquele país.
Por conta disso, as entidades estão conscientes da árdua tarefa que terão nos próximos meses para conscientizar as suas categorias das consequências que a Reforma da Previdência trará aos trabalhadores e atuais aposentados e, também, da necessidade de dispender recursos humanos e financeiros para se contrapor à propaganda do governo de que o projeto vem para beneficiar a população e combater privilégios. Na verdade, o objetivo da proposta é transferir um montante considerável de recursos das contribuições dos trabalhadores ao sistema bancário. E este irá aumentar os seus lucros no mercado especulativo.