GREVE DEFLAGRADA
Em assembleia geral realizada nesta terça-feira, dia 17 de setembro de 2019, em Porto Alegre, os mais de 500 servidores do judiciário presentes, que representam mais de 70 comarcas e locais de trabalho, deflagraram greve a partir do dia 24 de setembro, caso o diálogo com o TJ e parlamentares não surta efeitos.
Apesar do PL 93/2017 – extinção dos cargos de Oficiais Escreventes -estar na ordem do dia, a reunião de líderes das 11h30 deixou de colocá-lo em plenário nesta terça-feira (17). Assim, teremos uma semana de prazo para ampliarmos o diálogo com o TJ e parlamentares, acerca dos prejuízos incalculáveis com a extinção dos cargos, e também buscarmos alternativas para valorização desses servidores e atendimento das demandas da categoria.
De acordo com a lei, é necessário cientificar o empregador, com intervalo de 72 horas, a partir da deliberação pela greve até o início do movimento paredista. Como os prazos são contados em dias úteis, está sendo considerado o feriado farroupilha de 20 de setembro. A Abojeris deverá lançar, nos próximos dias, cartilha de greve, para esclarecimentos e instruções.
Infelizmente, apesar de todo o esforço implementado até agora, com a intervenção dos parlamentares que compõem a Comissão de Segurança e Serviços Públicos da Assembleia Legislativa, não houve por parte do Tribunal de Justiça uma proposta concreta para evitar a extinção de cerca de 5 mil cargos de Oficiais Escreventes.
Sem respostas para as suas demandas e reivindicações, e na iminência de terem os cargos (que compõem mais de 60% da mão de obra do judiciário estadual) extintos e sem perspectivas de valorização e crescimento profissional, não restou outra alternativa para a categoria senão deflagrar a greve, como um último apelo para que o TJ olhe com mais atenção para os seus trabalhadores, responsáveis diretos pelos prêmios e reconhecimentos do CNJ nos últimos 11 anos, como sendo o judiciário mais eficiente e produtivo do país.
Os servidores voltaram para os seus locais de trabalho com o compromisso de construir uma greve forte, coesa e propositiva. Precisamos levar à imprensa, comunidade e usuários dos nossos serviços, todas as informações acerca das condições de trabalho. Congelamento salarial de mais de 5 anos, auxílio-alimentação equivalente à metade do valor recebido pelos juízes, sem plano de carreira, centenas de cargos vagos, auxílio-condução dos oficiais de justiça defasados, ao ponto de ressarcir apenas 30% das despesas com o trabalho, realizado com seus veículos próprios.
Precisamos organizar os locais de trabalho e garantir o cumprimento das medidas urgentes, com 30% dos trabalhadores de cada comarca, conforme determina a lei.
Será greve por respeito e valorização profissional!