Expansão de data centers alerta para crise hídrica e aumento no consumo de energia
Imagem: Olhar digital
A expansão acelerada de data centers no Brasil tem gerado preocupação entre especialistas devido ao alto consumo de água e energia dessas instalações. Quase um terço dos 195 data centers em operação ou construção no país está em São Paulo, muitos deles inclusive se encontram em regiões que já enfrentam sucessivas crises hídricas, como a Grande São Paulo. Ao mesmo tempo, o Rio Grande do Sul se prepara para receber um grande investimento para a construção da Scala AI City em Eldorado do Sul, projetada para ser um dos maiores campi de data centers do país.
Segundo a advogada e Cientista Social do Instituto de Defesa de Consumidores (IDEC), Júlia de Catão Dias, os data centers dependem do consumo de muita água para funcionarem, principalmente pelos sistemas de resfriamento necessários para manter os servidores operando continuamente. A pressão sobre os recursos hídricos e energéticos se agrava porque essas estruturas consomem água tanto de forma direta quanto indireta, já que a maior parte da energia utilizada no país ainda vem de hidrelétricas.
Apesar dos impactos, o setor segue crescendo de forma acelerada e recebendo incentivos governamentais, como o Regime Especial de Tributação para Data Centers (Redata), criado sem regras nacionais claras de licenciamento ambiental. A discussão central, segundo especialistas, é se a expansão dessas infraestruturas tem sido compatível com a segurança hídrica e energética das regiões onde são instaladas. Com informações de Pública.
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A Abojeris vem monitorando esse avanço e já alertou para o projeto da Scala AI City, que será instalado em nosso Estado, na cidade de Eldorado do Sul e que prevê “bairros” de servidores com capacidade de 1.800 megawatts, o equivalente ao consumo diário de 7,2 milhões de residências. Além do elevado consumo de água e energia elétrica, que poderá impactar o futuro da população das regiões onde esses data centers serão instalados, questiona-se também a baixa geração de empregos. Isso porque serão construídos pavilhões para abrigar equipamentos, e os especialistas responsáveis pela operação dessas máquinas poderão trabalhar remotamente, até mesmo fora do país. Dessa forma, os empregos gerados diretamente se limitam, em grande parte, a funções como seguranças e supervisores técnicos.




