GASTO MILIONÁRIO COM CARROS DE LUXO MOSTRAM QUAL É A PREOCUPAÇÃO DO TJRS

Divulgado na última terça-feira (18) no Diário Oficial do estado, a compra do Tribunal de Justiça do Estado de mais de 1,7 milhão de reais em veículos de luxo, especificamente sedãs executivos da marca Audi, destinados ao uso exclusivo da cúpula da instituição, é fortemente contestada pela Associação dos Oficiais de Justiça do Rio Grande do Sul (ABOJERIS).

É extremamente preocupante constatar a desconsideração por parte da administração do TJRS, da necessidade de uma política salarial justa, condizente com as responsabilidades e da importância da função desempenhada pelos Oficiais e Oficialas de Justiça, fundamentais para a eficiência da justiça no Estado, que segue há quase uma década sem qualquer reajuste salarial.

A longa demora no reajuste do auxílio-condução, que deveria levar em conta a inflação de 2022 e estava prevista para janeiro de 2023, agrava ainda mais a situação da categoria, cujos salários vêm sendo progressivamente reduzidos quando comparados ao aumento do custo de vida, sem receber qualquer indenização. Essa reposição é prevista no art. 35 do Plano de Carreira dos Servidores do Judiciário (lei 15.737). Tal verba indenizatória é utilizada para abastecer e cobrir a despesa do uso dos veículos particulares desses profissionais a serviço do Poder Judiciário.

A perda inflacionária acumulada para os Oficiais de Justiça, calculada pelo IPCA, é de alarmantes 63%. Fato inaceitável que constitui uma grave desvalorização dos profissionais que dedicam seus dias a garantir a eficiente e justa administração da justiça.

Mesmo que os recursos destinados à compra de carros de luxo não saiam da mesma rubrica orçamentária dos salários dos servidores do judiciário, essa ação demonstra as prioridades da Administração do TJRS, que se mostra mais preocupada em favorecer a elite do Judiciário do que em garantir os recursos necessários para o trabalho dos Oficiais de Justiça, o bem-estar e a justiça salarial de todos os servidores que trabalham incansavelmente em prol da população gaúcha.

Diante do exposto, a ABOJERIS reitera sua firme oposição a esta medida do Tribunal de Justiça, que parece demonstrar desconhecimento da realidade enfrentada pelos servidores, e pede ação imediata para combater as injustiças salariais e restaurar o respeito e a valorização dos servidores.

A Associação espera que os órgãos competentes reavaliem suas escolhas e atuem com responsabilidade e equidade, proporcionando remuneração justa e condições de trabalho favoráveis a todos os profissionais que compõem o quadro do Poder Judiciário gaúcho. A melhoria na qualidade dos serviços prestados à população passa pelo reconhecimento e valorização profissional dos trabalhadores por parte do Tribunal de Justiça.

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