
Setembro amarelo evidencia necessidade de cuidados com adoecimento mental no Judiciário
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No mês de setembro amarelo, dedicado à prevenção do suicídio e à valorização da vida, é fundamental que o adoecimento mental dentro do Poder Judiciário seja tratado com seriedade. A Fenajud realizou um balanço, com base em dados oficiais do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e os resultados são alarmantes. Somente em 2024, a Justiça Estadual, base da Federação, registrou 20.577 casos de absenteísmo, o que representa uma média de 1.714 faltas por mês e 57 por dia. Esses números refletem um sistema que, muitas vezes, adoece seus trabalhadores e trabalhadoras.
De acordo com o Censo do Poder Judiciário realizado pelo CNJ em 2023, 47,9% das servidoras e servidores enfrentam ansiedade, enquanto 37,4% lidam com níveis elevados de estresse. A gravidade do quadro também se reflete no uso de medicação: 18,1% fazem uso regular de medicamentos para ansiedade ou estresse, e 12,4% utilizam esses remédios de forma eventual. Esses dados evidenciam a urgência de políticas públicas voltadas ao cuidado com a saúde mental e à humanização das condições de trabalho no Poder Judiciário.
Em maio deste ano, a Abojeris noticiou um aumento de 66% nos afastamentos por transtornos mentais em 2024, totalizando 471.649 casos. Diante dessa situação, o governo federal atualizou a Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), que impõe às empresas a obrigação de identificar e mapear os riscos psicossociais, como estresse e assédio moral, dentro de seus Programas de Gerenciamento de Riscos (PGR). No entanto, o Diário Oficial da União oficializou a prorrogação da entrada em vigor dessa norma para maio de 2026. Com informações de Sindijus PR e Você RH.
Para a Abojeris, este é um assunto de extrema relevância e merece ser tratado com a seriedade que exige. Oficiais e Oficialas de Justiça frequentemente enfrentam condições de trabalho adversas e situações de risco, além de lidarem com sobrecarga de trabalho. A associação destaca a importância de cuidados essenciais para garantir a saúde mental desses profissionais, que enfrentam, também, uma sobrecarga emocional provocada pelo acúmulo de responsabilidades e pela falta de recursos adequados.
Ainda em alusão à setembro amarelo, no dia 18, a associação realizará uma live especial com a Dra. Fernanda Luma, especialista em saúde mental, suicidologista, mestre pela UFPE, doutora pela UERJ e autora do livro “Suicídio: o que sabemos e o que há para além do discurso hegemônico”. O objetivo da transmissão é alertar sobre os riscos à saúde mental, discutir a importância do Setembro Amarelo e refletir sobre o que essa data representa.