
Novo caso de ilicitude envolvendo estagiária do Judiciário é descoberto em SC
Imagem: PCSC/ ND
Uma estagiária da Justiça Federal foi presa no dia 25 de fevereiro, em Florianópolis (SC), por repassar informações confidenciais para membros de uma facção criminosa. A suspeita acessou processos sigilosos da Justiça Federal de Santa Catarina, tendo sido detectadas ao menos três entradas indevidas no banco de dados de delegacias especializadas no tráfico de drogas. A Polícia Civil não descarta que a jovem tenha ligação com o caso de uma estudante de direito presa por facilitar a fuga de alvos de uma operação policial, em agosto de 2024.
Nas últimas semanas, a Abojeris vem chamando a atenção para casos de ilicitudes envolvendo estagiários, pois os incidentes reforçam a importância do concurso público como porta de entrada para o serviço público. Para a associação, os casos expõem ainda a contradição de propostas que defendem a substituição de servidores concursados por estagiários ou cargos comissionados (CCs). Neste momento, o TJRS pretende extinguir mais de mil cargos concursados vagos para criar cerca de 600 CCs. As medidas podem gerar diversos prejuízos. Diante deste cenário desafiador, a Abojeris e os Oficiais e as Oficialas de Justiça seguem mobilizados em defesa do concurso público e convocam toda sociedade ao mesmo. Relembre a seguir o mais recente caso:
Estagiária da Justiça Federal é presa por vazamento de informações para beneficiar facção em SC (ND+)
Seis meses após prender uma estudante de direito por facilitar a fuga de alvos de uma operação policial, a Polícia Civil de Santa Catarina capturou, nesta terça-feira (25), mais uma envolvida no esquema. Desta vez, uma estagiária da Justiça Federal foi presa por ter acessado o sistema federal, ao menos três vezes, e repassado informações para membros de uma facção criminosa.
A investigada foi detida, temporariamente, no bairro Ingleses, no Norte de Florianópolis. Os agentes da Draco (Delegacia de Repressão ao Crime Organizado) também apreenderam dois computadores e dois aparelhos celulares, que serão periciados para auxiliar no decorrer das investigações.
Segundo a investigação, a universitária acessou, indevidamente, processos sigilosos de, pelo menos, três delegacias especializadas em investigações do tráfico de drogas e organizações criminosas. Os casos envolviam criminosos associados a facções criminosas.
Conforme informado pela Polícia Civil, a estagiária da Justiça Federal foi identificada a partir de documentos e equipamentos eletrônicos localizados na posse de outra investigada, presa em agosto de 2024. Elas teriam se conhecido quando ambas foram estagiárias da Justiça estadual. A estagiária da Justiça Federal, de 23 anos, deve responder por associação ao tráfico, organização criminosa e violação de sigilo funcional.
A reportagem do ND Mais entrou em contato com a Justiça Federal. Em nota, foi informado que “o perfil de usuário afeto a estagiários não permite o acesso a processos sigilosos, tais como operações policiais em curso; não obstante, foi bloqueado o acesso da investigada a todos os sistemas da instituição, bem como determinada a suspensão cautelar do contrato de estágio”.
Ainda segundo a nota, a Justiça Federal de Santa Catarina “encontra-se à disposição da autoridade policial para colaborar com as investigações, sem prejuízo das apurações administrativas cabíveis”.