Palavra do Presidente

Confiram, na íntegra, a Palavra do Presidente divulgada na Edição V da Revista Hora Certa.  A publicação faz um balanço sobre a atual Diretoria da entidade, que encerra sua gestão neste semestre. Nela, Jaques Pereira faz uma retrospectiva do trabalho realizado, dos momentos vividos e almeja aos novos gestores da entidade votos de auspiciosa administração.

 

Caros colegas e associados.

Dois anos e dez meses após nossa posse, cumprindo rigorosamente o ritual democrático e saudável da renovação, eis que acreditamos que a perpetuação no poder, como sempre dito, inclusive em várias Assembleias, não é salutar, e entregaremos o bastão para a nova diretoria com os mais sinceros votos de que tenham uma excelente e profícua gestão. Certamente os que aqui chegarem encontrarão um ambiente apropriado, saneado e organizado, que possibilitará um pleno e producente trabalho em prol da categoria.

Salientamos que este não foi o quadro por nós encontrado. Ao assumirmos a gestão não houve transição, tampouco a preocupação de nos orientar e nos esclarecer sobre os projetos que vinham sendo tocados em favor da categoria; não houve repasse de convênios, da forma como haviam sido pactuados; encontramos computadores completamente formatados, sem um documento, um e-mail, um arquivo… nada. Absolutamente nada. E durante meses, fomos avançando lentamente, aprendemos empiricamente e, por fim, reconstruímos de uma forma ainda melhor o que nos fora negado.

Contudo, todo tempo é precioso, e nossa Gestão – a mais curta pós reforma do Estatuto – não foi a única prejudicada. A categoria restou indelevelmente prejudicada. Por isso, aqui fica lançado nosso compromisso de, independente quem venha a conduzir os passos da entidade nos anos vindouros, prestarmos toda assistência, orientação e a devida transição necessária, eis que privar a nova diretoria disso, seria o mesmo que sabotar a Entidade e a todos os Oficiais de Justiça deste Estado, a quem tanto respeito dedicamos.

Sucedemos a uma gestão que não obteve a sua última prestação de contas aprovada em Assembleia; a ABOJERIS devia dois financiamentos, bem como tínhamos dívidas fiscais. Pagamos os empréstimos outrora contraídos, colocamos em ordem a situação da ABOJERIS ante o fisco, saneando a vida administrativa e financeira da Entidade.

Resgatamos o respeito e o Oficial de Justiça passou a andar altivo novamente. Demonstramos nosso valor, nossa capacidade e nossa intelectualidade. O Plano de Carreira encontra-se atualmente estagnado em razão da "crise do Estado", mas ao assumirmos a gestão, estávamos alijados e não previstos no PCS.

Como sinal deste novo conceito do Oficial de Justiça, recebemos o Presidente do TJRS em visita inédita a uma Entidade de classe, algo jamais ocorrido. Na oportunidade, colhemos o compromisso de nos reinserir dentro do PCS. E, foi o que ocorreu. Neste momento, estamos inclusos e lutando para, cada vez mais, aprimorar a proposta construída e trazer mais melhorias para nossa categoria.

No tocante às despesas de condução percebidas, a proposta inicial, rechaçada pela Assembleia, previa um pagamento de no máximo 6 URCs, nas zonas rurais. Após a recusa, o TJRS fixou unilateralmente, sem aprovação da ABOJERIS, a sistemática que prevê o máximo de 4,5 URCs em zona rural.

Para a maioria absoluta das Comarcas a queda do raio de isenção, nossa vitória, e o estabelecimento de um valor mínimo de 1 URC foi um avanço. Evidente que algumas Comarcas percebiam um valor maior que o mínimo estabelecido, mas, cotejando o bem comum, entendemos como um passo importante para a coletividade. Ademais, imperava a lei de "quem pode mais chora menos". Cremos, inclusive, que esta isonomia, que deverá atingir futuramente também o fim de entrâncias, seja positiva e cause como resultado, dentre outros, a união da categoria.

É conhecimento de todos o estado lastimável em que recebemos as instalações da Sede Administrativa, do Sítio Dom Quixote e do Camping de Pinhal. As páginas seguintes ilustram um pouco da radical mudança operada neste patrimônio que vos pertence, em tão curto espaço de tempo, mantendo com cuidado, denodo e responsabilidade o nosso patrimônio.

Inovamos em matéria de Comunicação e interação com a categoria. Construímos um site novo, dinâmico e aprazível. Não temos dúvida que ainda há muito a melhorar. Mas certamente já é uma significativa evolução, diante do blog que dispúnhamos. Recriamos a identidade visual, lançamos mão da tecnologia para informação, criamos a newsletter da ABOJERIS, a TV ABOJERIS, a ouvidoria via e-mail e via Whatsapp.

Importante frisar que nossa gestão enfrentou o pior período de crise político-econômica que este Estado já viveu. Dias difíceis, com lutas árduas, por vezes estéreis e infrutíferas, mas que jamais deixamos de lutar.

Sofremos diuturnamente o ataque da sociedade, sendo tachados como os causadores do naufrágio da gestão pública. E, por isso mesmo, saliento que o momento é de União. O que se busca com o achatamento do funcionalismo, a colocação de uma categoria contra a outra, o fim de licenças classistas, o fracionamento de projetos de reforma de direitos de servidores? O que além de espalhar a cizânia e a desunião?

Colegas, este é o momento de unirmo-nos em torno da sobrevivência. Nossos direitos, nossos salários estão sendo minimizados, enquanto nossas obrigações e responsabilidades estão sendo dilatadas geometricamente. É importante abandonar velhos ranços e o ostracismo e participar.

Nosso dever como associados não é apenas votar. Vai muito além disso. É importante acompanhar a categoria, legitimar as demandas, participar, opinar, cobrar e respeitar as posições alheias, com disciplina consciente e democrática. Em um universo de milhares de pessoas, evidentemente que, mesmo se fazendo justiça, alguns ainda sentir-se-ão descontentes.

Neste diapasão, temos a inarredável certeza que trabalhamos de forma abnegada, séria e dedicada. Fomos à exaustão física e por vezes psicológica. Não nos abatemos. Assumimos o ônus de estar à frente da ABOJERIS com o intuito de fazer o melhor, da melhor forma, para a categoria. E temos a certeza que tivemos êxito em nosso intento.

Temos a convicção de já termos dado nossa contribuição para a Entidade. Em reduzido lapso temporal, operamos mudanças e já mostramos a que viemos, motivo pelo qual entendemos não se fazer necessária a reeleição. Faz-se necessária, sim, a transição e o apoio aos futuros gestores da Entidade.

Por fim, agradeço profundamente a todos que depositaram a confiança em nosso trabalho; não alcançamos tudo o que desejamos, mas como verão nas páginas a seguir, em tão curto espaço de tempo e em situação tão delicada da Associação e do Estado, muito foi feito.

Avante, sempre avante!

Obrigado.

Compartilhe:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *